A impossível história
Marcos Morgado 11/02/07
As dores de Mara
Seriam sentidas por Frota
Caso se soubessem vivos
Se ao menos trocassem rota.
Mas é Décio quem as recebe
Pois ele as pos nela,
Quando lívidos uniram dentro
Os gametas de cada um
Ele é pai de cinco
Três dois quais Mara não os dera
Sendo os que receberam
Os genes e as cismas de Vera
Que adora Frota
A quem cúmplice espera
Sorver do mesmo copo a cicuta
De uma bebida severa
Que já tornaram por hábito
Como a valsa que os dedos travam
Nas retas negras do pelo
Sobre a cabeça de Vera
Cetim que estaria melhor
Na alva pele de Nara
A que a condessa austríaca
Lhe fora por tetravó
Exala um perfume que veste
O corpo robusto de Erasmo
De duro e ausente pai sírio
E triste mãe libanesa
Consome dois ou três charutos
Entre livros que absorve
Enquanto Tânia no andar de cima
O visaria pela sacada
Contraiu a Tânia dorida
Imatura núpcias forçada
Fez do dionisíaco Cortez
O dono e fonte de seu sobrenome
Não fosse a prematura prenhez
Negaria laço ao farsante
A quem Laura desposaria
Em tirânica insubmissão
E reduziria o apetite
Ao Cortez por suas amantes
Lhe atrelaria freios
E lhe dissolveria o afã.
Sua história de amor não teria
Entrelaços com a fúlvia Roxane
Sabida pela ferida Tânia
Por cartas e batom na blusa.
Roxane, a ruiva adolescente
Devota apreço ao Nolasco
De curtos pelos griz
E lauta conta conjunta
A quem a virulenta Bruna
Transformou em duro passado
Rasgando a alma e a vida
Como a navalha de suas palavras
Coleciona sete idiomas
E fartos cabelos no nariz
Com ela sonhos alcançados
E metas por realizar
A desposaria em Bali
De um horizonte ocre
Sob a silvana lua
Com a fervente ninfa
A nubente vívida
Sob trajes anis
E bege grinalda
Sorve rubro copo
De lisérgicas papoulas
Ambos assim selariam
O único amor provável
E tornariam plausível
Esta impossível história.
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